Quênia e Tanzânia: ciclo sem fim

Todos os anos, entre julho e setembro, de forma espontânea e instintiva, manadas infinitas de zebras, gnus e antílopes transitam circularmente entre a Tanzânia e o Quênia numa jornada sem igual. Do Serengeti ao parque Masai Mara, no Quênia, a chamada Grande Migração é uma das mais visíveis epopeias selvagens ainda em curso na Terra. Agrupados, percorrem milhares de quilômetros atrás de água para garantir sua sobrevivência e a de seus filhotes. Pelo caminho, acumulam-se predadores e incontáveis cenas de luta pela sobrevivência.

Assim como na música Sweet Dreams, do Eurythmics, nas savanas do Leste Africano todos estão à procura de algo. Carnívoros perseguem outros bichos. Herbívoros caçam chuva. Sempre em marcha, sempre atrás de tempestades. Esse é o mantra genético de quase dois milhões de zebras, antílopes e gnus. Com as águas vem a certeza de pastos verdes e mais chances de sobrevivência.

E assim você está diante da infinita migração entre as planícies do Serengeti e as campinas do Parque Masai Mara. Um trajeto visceral que ignora as fronteiras formais da Tanzânia e do Quênia. Ao longo de quase quatro meses, incontáveis superações e percalços se sobrepõem. Um lugar onde quem manda é o instinto.

Um paradoxo interessante é que mesmo nesse cenário tão selvagem, a Auroraeco consegue levar você para uma rotina extremamente confortável e condizente com os melhores hotéis do planeta. Luxury camps, com tendas super elegantes, camas king-size e ótima gastronomia. Sem contar o mais importante num ambiente como esse, toda segurança, infraestrutura impecável de veículos e os guias mais bem treinados.

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Ironicamente, só um lugar chamado Serengeti – “planície sem fim” no idioma masai – poderia ser tão inspirador numa marcha eterna. Em meados de maio, a terra começa a secar os lagos e rios que cortam suas planícies. É preciso se mexer. A aridez vai aos poucos provocando o maior deslocamento de mamíferos do mundo. Uma imensa manada de gnus se organiza de forma compacta em um balé dinâmico que alterna de acordo com o relevo e eventuais ameaças.

Ponto de parada marcante, a Cratera de Ngorongoro se transforma num comovente berçário, quando fêmeas de várias espécies chegam prestes a dar à luz. E tem no Lago Magadi, um verdadeiro oásis com flamingos e água farta. Basta aos grupos encontrarem pastos um pouco mais verdes e algum veio d’água para formar verdadeiras pólis selvagens.

Nos entornos, zebras e gazelas tratam de encontrar seu próprio mato fresco. Por mais belo que seja o cenário e por mais exóticos que possam ser os animais, contemplar criaturas pastando por horas e horas pode parecer tedioso. Na imaginação, um cenário nada emocionante. Mas só até você chegar lá. As retinas dos viajantes se alimentam das melhores fotos. E a sede só sossega após estar cara a cara com um instante épico. Registra-se desenfreadamente à espera de um flagrante, seja ele brutal ou delicado. Um ataque contundente ou uma mãe protegendo uma cria. Tudo instiga o olhar.

Ainda tradicional e um tanto primitivo, o povo masai se acostumou a receber estrangeiros e alguns trocados por uma fotografia. Entretanto, chegar à sua terra pode significar mais do que visitar aldeias com casas espalhadas em círculos. Mas a descoberta de uma cultura onde os rebanhos selvagens de gnus e antílopes são tratados como gado de Deus. Adornos coloridos no pescoço, no rosto e nas orelhas não são puramente estéticos. Até não muito tempo atrás, meninos masai viram homens após matarem um leão ou um inimigo. Uma etnia que acredita que Enkai, a divindade adorada os protege dos predadores potenciais do alto do Monte Quênia.

A bordo de jipes, rangers com visão apurada apontam o que os olhares destreinados dos viajantes podem até ver, mas não enxergam. A camuflagem é uma arte que pode anteceder as tão aguardadas caçadas. Ou apenas preservar a integridade. Supostos protagonistas, os grandes felinos ensaiam suas tocaias e emboscadas desafiando os olhares mais aperfeiçoados. Leoas e leopardos entram em simbiose com o mato alto e mais seco. Chitas espreitam suas presas até darem início a velozes perseguições. Sejamos honestos: embora ocorram o tempo todo, é preciso um bocado de sorte para testemunhar um felino em ação num parque nacional.

Por outro lado, a rota Serengeti-Masai Mara ostenta uma alternativa quase certeira para lentes insaciáveis – seriam sádicas? Ou melhor, duas. Entocado nas margens dos rios Grumeti e Mara, já no Quênia, você pode ficar diante do momento mais intenso da viagem. Se fosse só a travessia de milhares de antílopes, gazelas e gnus pelas corredeiras, já seria emocionante o bastante. No entanto, os dois principais rios têm mais crocodilos do que água em alguns trechos. Garantia de momentos de tensão, como se um daqueles documentários do Discovery Channel estivesse sendo gravado por você mesmo.

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