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Rota da Seda: Pela Ásia Central numa inesquecível jornada de trem

Ser como uma tela em branco é, muitas vezes, a grande riqueza de um viajante curioso. Planejar uma viagem estudando do zero e ampliando seus conhecimentos é o que faz de muitos pessoas mais interessadas. E interessantes, claro. Afinal, quem se põe a estudar as complexidades de um destino repleto de legados como a Rota da Seda descobre um sem-fim de particularidades que logo enchem a imaginação. Daí basta programar-se para colocar o pé na estrada – ou melhor, nos trilhos – e deixar os próprios olhos transbordarem com a realidade. Esse é só o ponto de partida para uma jornada ferroviária pela Rota da Seda a bordo do Orient Silk Road Express. Mas afinal, do que se trata esse lendário percurso?

Na antiguidade uma série de rotas interconectadas pelo sul da Ásia eram usadas no comércio de seda entre o Oriente e a Europa. Caravanas e embarcações oceânicas ligavam os dois continentes. Em seus primórdios, a rota partia da cidade de Chang'an, na China, até Antioquia, hoje na Turquia. Imagine uma estrada cruzando os atuais Afeganistão, Irã, Iraque, Turquia e Rússia, entre outros territórios. Uma linha mercante, mas igualmente uma rota militar, via de dominação e batalhas. Trata-se da maior rede comercial do Mundo Antigo, essencial à ascensão de grandes civilizações como a China Imperial, o Egito Antigo e a Mesopotâmia. Mais do que apenas estradas, foram caminhos de trocas de ideias, conceitos e tecnologias – e ajudaram a pavimentar o início do mundo moderno.

A partir do século 19, os caminhos de ferro passaram a ser o grande meio de transporte entre países e até continentes. A Pérsia, uma das regiões e civilizações transformadas pela Rota da Seda, fica na rota que você pode descobrir com a Auroraeco. Embarque no Orient Silk Road Express para um roteiro muito especial pela Ásia Central, com todas as refeições – a bordo e em terra – inclusas. O principal programa que a Auroraeco propõe tem duração de 14 dias, mas existem opções de 10 e 16 dias igualmente. Para 2020 duas saídas do Brasil estão confirmadas, uma em abril e outra em outubro.

Descubra a Rota da Seda com a Auroraeco

O propósito dessa viagem é percorrer ao longo de 14 dias países com nomes peculiares – conhecidos informalmente com a região dos “ão”. Veja só: Turcomenistão, Uzbequistão e Cazaquistão não costumam estar na lista de qualquer viajante, não é mesmo? E acredite: muito mais do que nomes exóticos, são destinos extraordinários que não apenas contam uma parte poderosa da história que pouco sabemos, como preservam culturas vigorosas que têm muito a ensinar nos dias de hoje.

O ponto de partida é Ashgabat, no Turcomenistão. Convenhamos, quantas pessoas você conhece que estiveram neste país? Pois é, a peculiar capital reúne um punhado de prédios modernos em meio a um grande deserto. A essência da cidade transpira no Bazar de Tolkuchka, mercado oriental típico e um dos maiores da Ásia Central.

Visitar a antiga cidade de Nisa é entender mais sobre o pouco falado Império Parta, cujos artefatos e relíquias podem ser vistos no Museu Nacional de Ashgabat, numa boa visita guiada. Passeie pela cidade e perceba a força de Turkmenbashi (1940- 2006), governante considerado o Grande Líder do Turcomenos, em estátuas e monumentos. Exportador de petróleo e muito rico, o país por vezes exagera nos ambientes dignos de Hollywood – ou de Miami.

Com a queda do Muro de Berlim e do regime soviético, abriram-se os olhos do mundo para essa parte da Ásia Central. Pela manhã do terceiro dia o trem chega aos monumentos de Merv, considerados como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Como se fossem de mentira, gigantescos muros e muralhas se erguem em pleno deserto, nessa que já foi uma das maiores e mais impressionantes cidades do mundo. O Mausoléu do Sultão Sanjar, a Fortaleza das Virgens (Kis Kale) e as grutas geladas estão na lista de atrações especiais.

É fascinante chegar até o portal da muralha de Bukhara e saber que por ali passaram caravanas de mercadores vindos do Oriente e do Ocidente, mas também alguns dos maiores conquistadores da história. De Alexandre, o Grande (356 a.C.- 323 a.C.), até Gengis Khan (1162-1227), passando pelo mítico mercador e explorador italiano Marco Polo (1254-1324), incontáveis nomes lendários cruzaram esses pórticos. Assim, no meio do deserto Kysyl Kum, Bukhara ostenta cerca de 1000 monumentos históricos que remontam aos tempos áureos da Grande Rota da Seda. Outrora um imenso armazém de especiarias exóticas, peles e, sobretudo, as sedas.

Na cidade velha sobressaem-se o minarete de Kaljan com quase 50 metros de altura e a praça Lyabi-Hauz com seu lago no meio. A Auroraeco serve o jantar no pátio de uma madraça – espécie de escola de religiosos muçulmanos – com música ambiente, danças típicas e uma apresentação de trajes nacionais de cores vivas. Também conhecida como Scherif (A Nobre), Bukhara pode ser considerada um grande museu arquitetônico, único e autêntico, que conserva seu traço oriental antigo.

No quarto dia pela manhã, uma visita guiada à esplêndida madraça Mir-I-Arab e ao Mausoléu de Ismael Samani, considerada por muitos a mais bela construção da Ásia Central. Em seguida, visita à imponente cidadela fortificada de Ark, uma cidade dentro da cidade, que foi, em outros tempos, a residência dos Emires de Bukhara. Depois de visitar a sala da coroação e aa residência de verão do último Emir, conheça a única mesquita para mulheres do mundo no complexo Sufi, centro de peregrinações situado a cerca de 15 km de Scherif. Pernoite no hotel na cidade, dando um descanso da sua cabine no trem.

Veja mais sobre a Rota da Seda

Em plena região dos Sete Rios, chega-se ao oásis de Khiva. Diante das imponentes muralhas da cidade com seus portões e bastiões em tijolos de argila, a sensação é a de ter alcançado outra dimensão. Ao redor do minarete de Kalta Minor, tal como nos tempos antigos, muita vida e comércio pulsam. Palácios, mesquitas, mausoléus e escolas do alcorão integram um dos exemplos mais bem conservados da arquitetura urbana oriental da Idade Média. Em Khiva você terá a chance de almoçar no mesmo ambiente onde o emir jantava, em seu antigo palácio de verão. Por que, afinal, não bastam só paisagens únicas na viagem – as experiências memoráveis são essenciais. À noite o trem parte para Samarcanda, no Uzbequistão.

Ao despertar você estará num lugar icônico da Rota da Seda. Para a maioria das pessoas, Samarcanda (Samarqand) tem a ressonância mítica de Zanzibar ou Timbuktu, fixada na imaginação popular ocidental por poetas e dramaturgos imaginativos, poucos dos quais viam a cidade em carne e osso. Encante-se com os sublimes monumentos e a longa e rica história da cidade.

No império Tamerlão, Samarcanda era considerada como a cidade mais bela e mais importante do mundo: a necrópole de Schahe-Sende (o Xá vivo), as escavações de Afrosiab e a Praça do Registão, são certamente o conjunto de obras arquitetônicas mais impressionante da Ásia Central. Mais recentemente, foi nessa praça cheia de história que, em 1917, as mulheres uzbeques queimaram seus véus (Parandasha), dando início a toda uma nova era. Shakhrisabz: o nome quase impronunciável dessa sopa de consoantes revela uma região montanhosa, onde ainda se praticam cerimônias de adoração ao fogo e do culto xamanista: rituais e mitos que, em outras partes do mundo foram esquecidas.

Seguindo o percurso da Grande Rota da Seda, continue até o berço do império de Tamerlão, na cidade verde de Shakhrisabz, mais um Patrimônio da Humanidade pela Unesco do roteiro. Não tem como não se impressionar com os monumentais edifícios do Palácio dos Príncipes Mongóis dos séculos 14 e 15. O dia termina embarcando para a capital do país, Tashkent, com uma degustação de vinhos uzbeques sobre trilhos.

Pode-se dizer que Tashkent, capital do Uzbequistão, é o centro metropolitano da Grande Rota da Seda na Ásia Central. Ao longo de seus 2 mil anos de história inúmeros comerciantes de especiarias indianos e vendedores de seda chineses passaram pelos famosos bazares. E agora você também pode. Infelizmente um terremoto devastador varreu a cidade em 1966, mas Tashkent passou por uma série de transformações arquitetônicas e culturais durante o período soviético, cujas marcas podem ser vistas até hoje.

No roteiro, não deixe de visitar a madraça Kukeldash, os monumentos Kavoj e Amir-Timur, além as típicas casas de taipa. À noite, assista a um espetáculo na famosa Ópera Navoi de Tashkent.

Depois, a viagem ruma para o seu fim, no Cazaquistão, com todas as formalidade de imigração feitas sem incômodos, na sua cabine. Na cidade de Turquistão – sim, é um município e não um país, como o nome pode equivocadamente sugerir – você visitará o impávido Mausoléu de Khoja Ahmed Yasawi, de 1394, uma das principais obras da arquitetura timúrida. Claro, mais um Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

O último dia da viagem é em Almaty, num passeio panorâmico para conhecer a metrópole verde aos pés da poderosa cordilheira de montanhas Alatau. A impressionante catedral ortodoxa russa feita em madeira, o Palácio dos Casamentos, o circo e a mesquita central são únicos! À noite, pernoite em uma yurt – cabana típica dos povos mongóis – onde será servido um delicioso jantar de despedida. E assim, com ares de explorador e sempre aguçando a curiosidade você poderá contar aos seus amigos, filhos e netos: “eu percorri a Rota da Seda. Ah, e fiz isso de trem”.

Veja mais sobre os roteiros da Rota da Seda com a Auroraeco

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