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Jean-Daniel e a transformação de Novo Airão

Jean-Daniel e a transformação de Novo Airão

Ok: Jean-Daniel Vallotton é franco-suíço. Mas o coração dele é do tamanho do Brasil. E, como há anos se dedica a transformar vidas em Novo Airão, no Amazonas, ele já é um brasileiro de alma, figura querida na região. Não por acaso. A relação de Jean-Daniel com o país começou em um barco, sobre as águas do Rio Negro. Durante a viagem, conheceu Miguel Rocha da Silva. Mas antes de saber o que aconteceu, é preciso rebobinar o tempo… O primeiro contato dele com um projeto social foi no Gabão, na África, onde ajudou a construir um hospital. “Saí de Genebra, onde temos de tudo, e fui parar em um lugar degradado, em que há muito sofrimento do ser humano. Foi um eletrochoque”, lembra.

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O trabalho voluntário e o envolvimento com a realidade local fizeram com que ele retornasse à Suíça diferente. “Meu sonho era continuar ajudando as pessoas e voltar a trabalhar na África. Mas queria estar em um projeto social pequeno.” Enquanto não achava algo assim, trabalhou em grandes empresas de marcenaria para aprender sobre a gestão do negócio. Criou seu próprio negócio de restauração de móveis antigos. “Um dia, na oficina, ouvi em um anúncio no rádio que um etnólogo procurava voluntários para ir à Guiana Francesa. Eu fui. Assim, conheci a Floresta Amazônica. Fiquei seis meses com os índios. Adorei”, diz.

Agora, dá para entender qual foi o impacto que Jean-Daniel teve ao saber, durante o papo no barco, o plano de seu Miguel: capacitar a população de Novo Airão, que precisava encontrar alternativas de trabalho. E a ideia era aproveitar os resíduos de madeira da construção naval para produzir móveis e artesanato. O projeto era o que Jean-Daniel buscava havia anos.

Assim nasceu, em 1997, a Fundação Almerinda Malaquias (FAM) – homenagem aos pais de Miguel. Os dois conseguiram implantar um centro de educação e formação profissional em Novo Airão, transformando a vida de muitas pessoas da comunidade.

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Com infraestrutura e equipamentos que permitiram seu desenvolvimento ao longo dos anos, a FAM oferece atividades de formação profissional com geração de renda através de um polo multidisciplinar de educação ambiental para crianças, adolescentes e famílias da comunidade. “As crianças, desde cedo, entendem que existem opções de geração de renda, ligadas à preservação e à alimentação de melhor qualidade. Temos várias vertentes dentro do projeto. É um trabalho de longo prazo”, afirma.

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