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Como é se hospedar no Ibiti Projeto, em Ibitipoca, Minas Gerais?

Taí um destino difícil de descrever, já que o Ibiti Projeto é um misto de tanta coisa bacana. É, ao mesmo tempo, hospedagem boutique das melhores do Brasil e uma iniciativa socioambiental extremamente transformadora e poderosa na conservação de uma linda região da Serra da Mantiqueira. Um conjunto de belíssimas ideias colocadas em prática numa linda área de preservação de mais de 6 mil hectares vizinha ao Parque Estadual do Ibitipoca, em Minas Gerais. 

A 450 km de São Paulo, a propriedade se espalha pelos municípios de Lima Duarte, Bias Fortes e Santa Rita do Ibitipoca e complementa a proteção da área da reserva pública. Atividades socioambientais experimentais focadas em pensar a relação entre o ser humano e sua casa, o planeta. Parece bem abstrato, mas uma vez lá você logo entende. 

Essa missão fica clara na preocupação com os mínimos detalhes, desde o modo de construção das instalações, passando pela decoração e a história de cada cantinho. É preciso escutar para compreender que até cada ingrediente das refeições é pensado com carinho e de forma a se alinhar com a proposta macro. 

Porque a ideia é preservar em várias dimensões, não apenas a natureza, mas a arte, a comida orgânica, o emprego para os moradores da região. É um projeto complexo de inclusão, educação, recuperação da área degradada, desenvolvimento de lavouras orgânicas e de um modo de vida que garanta a sustentabilidade das comunidades envolvidas. Tudo ali tem um porquê, um propósito robusto. 

Como é difícil definir, contar um pouco do que se vive por lá talvez seja o caminho para explicar mais o que pode ser o Ibiti Projeto. Num mesmo dia você pode acordar com um café da manhã na beira de uma cachoeira, depois visitar o projeto de preservação dos muriquis, o maior primata das Américas, e seriamente ameaçado de extinção. Depois pedalar ou caminhar por uma vasta rede de trilhas. Fechar o dia com atividades de wellness, como massagens, yoga ou meditação. Jantar à luz de velas com música ao vivo na atmosfera surreal de uma gruta dentro da propriedade. Mais à noite, uma sessão de cinema a céu aberto ou um concerto de um pianista local num piano Steinway de 1874 restaurado. 

São quatro os principais pontos de hospedagem, dentro de vários conceitos. O Village é voltado àqueles que buscam experienciar a vida em uma comunidade de interior, com minimalismo e integração com a comunidade, como o Mogol: uma charmosa vila habitada por apenas 22 pessoas, a 9 km da sede, dentro da própria comuna. 

O Engenho é o casarão principal e data de 1715, mas foi reconstruído em 2008, com suas características originais preservadas. Com mais de 10 anos na ativa, o Engenho Lodge é reconhecido mundialmente como um dos melhores hotéis de luxo do país.

Já o Areião tem duas casas, a Epicuro e a Spinosa, em homenagem aos grandes filósofos e ficam no lugar mais ermo da Comuna, que faz valer a pena a hospedagem pelo visual deslumbrante entre montanhas, no meio da natureza selvagem. Por fim, o conceito Remote tem no Isgoné Loft seu representante. No ponto mais alto da Comuna, a quase 1500 metros de altitude, o aconchegante refúgio tem uma vista de 360°, perfeita para apreciar o nascer e o pôr do sol e da lua. 

Lembrando que você estará numa região muito singular da Serra da Mantiqueira, cercada por grandes montanhas, cachoeiras e grutas. A Mata Atlântica se revela abundante, recortada por riachos cujos tons variam do mel ao vermelho graças ao quartzito concentrado nas rochas. 

Regenerar áreas degradas da região visando reduzir o impacto ambiental é outra meta. Por conta disso, o Projeto optou por ter em sua propriedade energias renováveis, como: solar, lâmpadas de led, bucha vegetal, separação dos resíduos produzidos, reutilização de embalagens e madeira, além de compostagem de orgânicos. 

Além dos muriquis, o Ibiti segue focado em fortalecer as populações de espécies nativas da região. Há iniciativas para reintroduzir espécies nativas ao seu habitat natural, como a jacutinga, o macuco, a anta e a arara vermelha, que está praticamente desaparecida da Mata Atlântica. Amantes de aves podem fazer saídas específicas para contemplar esse tipo de fauna, muito abundante na região.  

Por fim, mas não menos importante, a comida. Os ingredientes orgânicos e sazonais da região, além da matriz da culinária mineira são a base da gastronomia do Ibiti Projeto. 

Dirigido pelo Chef Mateus Abdo, o Restaurante Yucca propõe uma cozinha criativa e saudável, seguindo a filosofia garden to table. Já o Restaurante do Engenho tem um bufê no almoço, enquanto à noite serve um menu mais caprichado, com pratos assinados por chefs como Claude Troisgros e Pablo Oazen. Por conta do impacto ambiental provocado pela pecuária, a casa não serve carne de vaca, sendo que as outras carnes são sempre de produtores locais. 

Já o Gaia Terroir tem como proposta ser um espaço para o experimentalismo gastronômico baseado em três pilares: saudável, local e sazonal. Os pratos são preparados com 90% de ingredientes locais. Aquele que tiver maior abundância na época é escolhido como a estrela da quinzena, ou seja, se hoje é beterraba, amanhã pode ser brócolis. Há uso de PANCs, flores e carnes de cordeiro e de frango, de produção local. Localizado ao lado da horta e do moinho, o restaurante é a perfeita tradução do conceito farm to table.

Enfim, essa foi apenas uma viagem rápida pelas vivências especiais do Ibiti Projeto. Com certeza quando você estiver por lá vai experimentar outras perspectivas e passar adiante suas impressões. Ainda bem.

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