Inhotim: tanta arte quanto natureza

O que faz Inhotim ser o Instituto Inhotim, reconhecido internacionalmente como um dos mais importantes redutos de arte – em 2014 ele ocupava a 23ª posição da Travelers’Choice Museus, publicação da Tripadvisor que seleciona os 25 mais bem avaliados museus do mundo –, é sua grandiosidade, no sentido literal. A propriedade fica na cidade mineira de Brumadinho, a 60 quilômetros da capital, e ocupa um espaço de 786 hectares – dos quais, 440 são área de preservação ambiental.

E se tornou o maior centro de arte ao ar livre da América Latina, por abrigar mais de 500 obras distribuídas em galerias e edificações erguidas entre fragmentos de mata e cinco lagos ornamentais. Cildo Meireles, Vik Muniz, Hélio Oiticica, Ernesto Neto, Matthew Barney, Doug Aitken, Chris Burden, Yayoi Kusama, Paul McCarthy, Zhang Huan, Valeska SoaresMarcellvs e Rivane Neuenschwander são alguns dos cerca de 100 artistas (de pelo menos 30 nacionalidades) que possuem trabalhos lá – alguns têm galeria própria para seus acervos, caso de Adriana Varejão, Hélio OiticicaTunga.

Inhotim também possui uma significativa coleção botânica, reunindo 4 300 espécies de todos os continentes, algumas raras. Entre as raridades, a flor-cadáver, espécie nativa da Ásia conhecida como a maior flor do mundo. Por isso, é preciso tempo – no mínimo três dias – para curtir essa experiência única. Para percorrer o parque, há a opção de caminhar ou usar um carrinho – o ideal é fazer a combinação dos dois, deixando o carrinho para alguns trechos mais íngremes.

Leia mais: A maior flor do mundo está em Inhotim

E você não precisa ser um “papa vernissages” nem um connoisseur de arte contemporânea para aproveitar a visita. Inhotim parece um parque de diversões para adultos: muitas instalações para o visitante interagir – na piscina, do artista Jorge Macchi, ele recria uma caderneta de endereços onde você consegue dar um mergulho para se refrescar; já na Cosmococa, de Hélio Oiticica em parceria com o cineasta Neville d’Almeida, pode-se deitar nas redes.

E, depois de sair de cada espaço artístico, você “refresca” os olhos contemplando a beleza dos jardins projetados por Burle Marx antes de entrar em outro. Muitas instalações aguçam todos os sentidos. Impossível não se sentir impactado pelas imagens formadas pelos reflexos de água, céu e das próprias pessoas que param para observar a obra Narcissus Garden, da japonesa Yayoi Kusama. São essas vivências, que nos colocam frente a frente com a arte como parte da natureza e, por isso, da nossa vida, que fazem a viagem a Inhotim ser tão fantástica.

*Texto originalmente publicado na edição 58 da revista Host & Travel. Para ler matérias similares, torne-se assinante da revista sem custo algum.

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