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Navegar é Preciso 2016: a lista de livros

Navegar é Preciso 2016: a lista de livros

Os preparativos básicos estão todos prontos para a próxima edição do Navegar é Preciso: já sabemos quando, onde e quem. Agora, é hora de nos dedicarmos às atividades mais interessantes, mais conceituais. Resta aos autores convidados, por exemplo, estudarem-se mutuamente, para que as entrevistas sejam profundas, como é esperado e como é de costume. Para os demais participantes, a tarefa em voga é a mais prazerosa possível: mergulhar nos escritos destes tantos autores talentosos.

Separamos as obras mais recentes ou renomadas de cada escritor para que você possa se organizar com antecedência para a viagem e os debates. Boas leituras!

Fernando Morais

OS ÚLTIMOS SOLDADOS DA GUERRA FRIA (2011)

Os últimos soldados da Guerra Fria narra a incrível aventura dos espiões cubanos em território americano e revela os tentáculos de uma rede terrorista com sede na Flórida e ramificações na América Central, e que conta com o apoio tácito nos Estados Unidos de membros do Poder Legislativo e com certa complacência do Executivo e do Judiciário. Ao escrever uma história cheia de peripécias dignas dos melhores romances de espionagem, Fernando Morais mostra mais uma vez como se faz jornalismo de primeira qualidade, com rigor investigativo, imparcialidade narrativa e sofisticados recursos literários.

CEM QUILOS DE OURO (2003)

Cem quilos de ouro reúne doze matérias jornalísticas assinadas por Fernando Morais ao longo de uma carreira de quase quarenta anos. Escritas para os maiores veículos de comunicação do país, elas são uma amostra do trabalho de um autor que, como escreve Ricardo Setti na orelha do livro, tem “sangue, nervos, vísceras e alma de repórter”. Reunidas e comentadas pelo próprio autor em breves making of escritos especialmente para o livro, as reportagens constituem uma verdadeira aula de jornalismo.

CORAÇÕES SUJOS (2000)
Prêmio Jabuti 2001 de Melhor Reportagem

A Shindo Renmei, ou “Liga do Caminho dos Súditos”, nasceu em São Paulo após o fim da Segunda Guerra, em 1945. Para seus seguidores, a notícia da rendição japonesa não passava de uma fraude aliada. Como aceitar a derrota, se em 2600 anos o invencível Japão jamais perdera uma guerra? Em poucos meses a colônia nipônica, composta de mais de 200 mil imigrantes, estava irremediavelmente dividida: de um lado ficavam os kachigumi, os “vitoristas” da Shindo Renmei, apoiados por 80% da comunidade japonesa no Brasil. Do outro, os makegumi, ou “derrotistas”, apelidados de “corações sujos” pelos militantes da seita.

Militarista e seguidora cega das tradições de seu país, a Shindo Renmei declara guerra aos “corações sujos”, acusados de traição à pátria pelo crime de acreditar na verdade. De janeiro de 1946 a fevereiro de 1947, os matadores da Shindo Renmei percorrem o Estado de São Paulo realizando atentados que levam à morte 23 imigrantes e deixam cerca de 150 feridos. Em um ano, mais de 30 mil suspeitos dos crimes são presos pelo DOPS, 381 são condenados e 80 são deportados para o Japão. Nesta sua volta à grande reportagem, Fernando Morais conta a história da seita nacionalista que aterrorizou a colônia japonesa no Brasil.

O livro virou filme, confira.

BIBLIOGRAFIA

+ Os Últimos Soldados da Guerra Fria (2011)
+ Cem Quilos de Ouro (2003)
+ A Ilha (2001)
+ Corações Sujos (2000)
+ Chatô – O Rei do Brasil (1994)
+ Olga (1993)


 

Mario Prata

MARIO PRATA ENTREVISTA UNS BRASILEIROS (2015)

Ao ler as entrevistas do livro, o leitor se pergunta: afinal, tudo isso foi inventado por Mario Prata? O autor nos garante que não: é tudo verdade, embora sua verve torne tudo mais surpreendente, engraçado e picante. Dom Pedro I, a marquesa de Santos, Dom João VI contam tudo que o povo sempre quis saber e Mario Prata resolveu perguntar. Iça-Mirim, índio levado para a corte francesa, explica a origem da expressão “afogar o ganso”; Dom Casmurro (criação ficcional de Machado de Assis que o autor inclui entre os personagens históricos brasileiros), explica, afinal, quem traiu quem, e dona Maria, a louca, entre um cigarro (nem um pouco legalizado) e outro, conta sobre seu reinado.

OS VIÚVOS (2010)

Os Viúvos, segundo romance policial de Mario Prata, traz uma nova aventura do detetive Ugo Fioravanti e seu fiel companheiro, Darwin Matarazzo, na bela Florianópolis. Desta vez, o ex-policial federal e agora detetive particular Fioravanti, terá que desvendar dois sequestros, encontrar a dona de um belo traseiro (um pedido do príncipe de Dubai) e descobrir quem é o louco remetente E.R.N. que lhe envia e-mails com desabafos sobre sua vida tediosa, seus problemas com a Receita Federal e com avisos dos vários crimes que cometerá. Além da tumultuada rotina de uma investigação criminal, Fiora ainda precisa lidar com um triângulo amoroso envolvendo uma ex-namorada e sua filha, e resolver os problemas matrimoniais de Darwin, seu assistente.

SETE DE PAUS (2009)

A trama tem início quando Hans Schneider, professor da Universidade Federal de Florianópolis, de reputação inabalável, aparece morto com um tiro na testa e com o próprio pênis enfiado na boca. Na virilha, uma carta de baralho: o sete de paus. Durante a investigação, ocorre outro assassinato com as mesmas características, o que leva a polícia a trabalhar com a hipótese de se tratar de um serial killer. Qual o motivo e, principalmente, quem estaria por trás desses crimes era uma pergunta que só o agente federal Ugo Fioravanti Neto e o seu jovem parceiro Darwin Matarazzo poderiam responder. E tinha de ser rápido – antes que o assassino em série fizesse mais uma vítima.

BIBLIOGRAFIA (LIVROS ADULTOS)

+ Mario Prata Entrevista Uns Brasileiros (2015)
+ Almanaque Pinheiro Neto (2012)
+ Os Viúvos (2010)
+ Sete de Paus (2009)
+ Cem Melhores Crônicas – Que, na Verdade, São 129 (2008)
+ Purgatório – A Verdadeira História de Dante e Beatriz (2008)
+ Paris, 98! (2005)
+ Diário de Magro 2 – A Volta ao Spa (2004)
+ Palmeiras, um Caso de Amor (2002)
+ Buscando o seu Mindinho (Um Almanaque Auricular) (2002)
+ Minhas Tudo (2001)
+ Os Anjos de Badaró (2000)
+ Minhas Mulheres e Meus Homens (1999)
+ Minhas Vidas Passadas (a limpo) (1998)
+ 100 Crônicas (1997)
+ Diário de um Magro (1997)
+ Mas será o Benedito? (1996)
+ Filho é Bom, Mas Dura Muito (1995)
+ James Lins, o Playboy que (Não) Deu Certo (1994)
+ Schifaizfavoire, Dicionário de Português (1993)
+ Besame Mucho (1987)
+ Fábrica de Chocolate (1979)
+ O Morto que Morreu de Rir (1969)


 

Rodrigo Lacerda

A REPÚBLICA DAS ABELHAS (2013)

Carlos Lacerda foi o político mais controverso de sua época. Para uns, foi salvador da pátria. Para outros, reacionário feroz. Seu pai, seus tios e seu avô tiveram participação igualmente decisiva nos principais lances da política brasileira, da Primeira República ao suicídio de Getúlio Vargas, em 1954. Por volta de 1870, abolicionista e republicano, Sebastião de Lacerda entrou na vida pública. Entre 1910 e 1940, Maurício, seu filho mais velho, tornara-se um socialista utópico na Primeira República. Seus outros dois filhos, Fernando e Paulo, chegaram a secretários-gerais do Partido Comunista. Entre 1930 e 1960, seu neto, Carlos Lacerda, percorreu todo o espectro político, consolidando-se como o principal adversário de Getúlio e, em seguida, do getulismo. Ao lado de republicanos, abolicionistas, liberais, socialistas, comunistas, explosivos, admirados, idealistas e destruidores sistemáticos, eles formam a República das abelhas, descrita com brilho por um dos prosadores mais inventivos da literatura brasileira contemporânea.

OUTRA VIDA (2009)
Prêmio da Academia Brasileira de Letras de Melhor Romance

Um homem, uma mulher e sua filha de 5 anos aguardam o momento de embarcar no ônibus que os levará de volta à pequena cidade litorânea de onde vieram. Com a viagem, o marido espera começar uma vida nova, depois de um período cruel na cidade grande. Foram expulsos da capital pelos fantasmas do passado e pelas deformações de seu projeto comum. Enquanto aguardam a hora do embarque, os conflitos de cada um emergem de forma silenciosa e dramática, e o delicado equilíbrio que os mantém unidos ameaça ruir a qualquer momento. Outra vida não é só um romance surpreendente sobre o relacionamento amoroso. É também uma narrativa que flagra, a partir dos dilemas éticos e sociais de uma família, as encruzilhadas do mundo contemporâneo.

O FAZEDOR DE VELHOS (2008)
Prêmio Glória Pondé, Jabuti e Prêmio da FNLIJ

Rodrigo Lacerda narra neste livro a passagem de Pedro para a vida adulta. O adolescente descobre que a vida pode não ser tão doce quanto a primeira paixão, e encontra na literatura um caminho para buscar suas respostas. Mas o que torna ‘O Fazedor de Velhos’ uma novidade do gênero é sua capacidade de reavivar a ternura e o afeto como sentimentos que também participam do processo de amadurecimento. Neste romance de iniciação, Rodrigo traça o retrato de um artista quando jovem. O personagem Pedro tem dúvidas sobre seus caminhos, o que o leva a pensar em desistir da faculdade de História. Eis que conhece Nabuco, um professor que o auxilia na difícil tarefa de se colocar no mundo. E por meio dos livros conhecerá a si mesmo. Sobretudo quando aparece Mayumi, por quem sentirá uma nova forma de amor.

BIBLIOGRAFIA

+ A República das Abelhas (2013)
+ Outra vida (2009)
+ O fazedor de velhos (2008)
+ A fantástica arte de conviver com animais (2005-2006)
+ Vista do Rio (2004)
+ Tripé (1999)
+ Fábulas para o Ano 2000 (1998)
+ A Dinâmica das Larvas: Comédia Trágico-Farsesca (1996)
+ O Mistério do Leão Rampante (1995). 


 

Noemi Jaffe

ÍRISZ: AS ORQUIDEAS (2015)

Com a entrada da União Soviética na Hungria, em 1956, Írisz foge de Budapeste, deixando para trás a mãe doente e um passado cheio de lacunas. Quando chega a São Paulo para estudar as orquídeas, essa mulher singular e indecifrável logo encanta Martim, diretor do Jardim Botânico. Agora que Írisz desapareceu, ele terá de preencher seu vazio com os relatórios nada ortodoxos deixados por ela, que transitam entre as particularidades da língua húngara, a crise da utopia comunista, memórias pessoais e algumas observações – bastante inusitadas – sobre as orquídeas.

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ALFABETO (2014)

Tendo como ponto de partida uma genealogia ficcional das letras do alfabeto e de algumas palavras da língua portuguesa, A verdadeira história do alfabeto é um apaixonante itinerário que vai de A a Z, de Aardvark a Zearalenona. Entre as numerosas alusões que transparecem dos verbetes que compõem este volume, autores como Guimarães Rosa e Vladimir Nabokov dialogam com a mitologia indígena e os sonetos de Luís de Camões. Indiferente às limitações das enciclopédias, dicionários e manuais de retórica, e amparada por numerosos idiomas, sejam eles reais ou inventados, Noemi Jaffe revela as metamorfoses de que a língua portuguesa, liberta das fórmulas do cotidiano, ainda é capaz.

O QUE OS CEGOS ESTAO SONHANDO? (2012)

Em abril de 1945, cerca de um ano após ser presa pelos nazistas e enviada como prisioneira para Auschwitz, Lili Jaffe (cujo nome de solteira era Lili Stern) foi salva pela Cruz Vermelha e levada à Suécia. Lá, ela anotou num diário os principais acontecimentos por que havia passado — a captura pelos alemães, o cotidiano no campo, as transferências para outros locais de trabalho, mas também a experiência da libertação, a saudade dos pais e a redescoberta da feminilidade. Esse diário foi o ponto de partida para este livro, escrito e organizado por Noemi Jaffe. Na obra, três gerações de mulheres da mesma família se debruçam sobre o horror de Auschwitz, no impulso – tão imprescindível quanto vão — de, como observa Jeanne Marie Gagnebin, tecer um agasalho ‘contra a brutalidade do real’.

BIBLIOGRAFIA

+ Írisz: As Orquideas (2015)
+ O que os cegos estão sonhando? (2012)
+ A verdadeira história do alfabeto (2012)
+ Quando nada está acontecendo (2011)
+ Do princípio às criaturas (2008)
+ Todas as coisas pequenas (2005)
+ Folha explica Macunaíma (2001)


 

Raphael Montes

DIAS PERFEITOS (2014)

O protagonista do livro é Téo, um jovem e solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e dissecar cadáveres nas aulas de anatomia. Num churrasco a que vai com a mãe, contrariado, Téo conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Clarice está escrevendo um road movie de nome ‘Dias perfeitos’. O texto ainda está cru, mas ela já sabe a história que quer contar – as desventuras de três amigas que viajam de carro pelo país em busca de experiências amorosas. Téo fica viciado em Clarice – quer desvendar aquela menina diferente de todas que conheceu.

Começa, então, a se aproximar de forma insistente. Diante das seguidas negativas, opta por uma atitude extrema – desfere um golpe na cabeça dela e, ato contínuo, sequestra a garota. Elabora então um plano para conquistá-la – coloca-a sedada no banco carona de seu carro e inicia uma viagem pelas estradas do Rio de Janeiro – a mesma viagem feita pelas personagens do roteiro de Clarice. Téo a obriga a escrever a seu lado e está pronto para sedá-la ou prendê-la à menor tentativa de resistência. Clarice oscila entre momentos de desespero e resignação, nos quais corresponde aos delírios conjugais de seu sequestrador.

SUICIDAS (2012)

Um porão, nove jovens e uma Magnum 608. O que poderia ter levado universitários da elite carioca aparentemente sem problemas a participar de uma roleta-russa? Um ano depois do trágico evento, que terminou de forma violenta e bizarramente misteriosa, uma nova pista, até então mantida em segredo pela polícia, ilumina o nebuloso caso. Sob o comando da delegada Diana Guimarães, as mães desses jovens são reunidas para tentar entender o que realmente aconteceu, e os motivos que levaram seus filhos a cometerem suicídio. Por meio da leitura das anotações feitas por um dos suicidas durante o fatídico episódio, as mães são submersas no turbilhão de momentos que culminaram na morte de seus filhos. A reunião se dá em clima de tensão absoluta, verdades são ditas sem a falsa piedade das máscaras sociais e, sorrateiramente, algo maior começa a se revelar.

BIBLIOGRAFIA

+ Dias perfeitos (2014)
+ Suicidas (2012)

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