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Cada vez mais gente pedalando pelo mundo

Cada vez mais gente pedalando pelo mundo

O primeiro cicloturista da história de que se tem notícia foi um alemão, o barão Karl von Drais. Em 1817, ele deu acabamento a uma ideia que surgiu com Leonardo da Vinci – e que, ao longo de anos, foi aprimorada por muitos outros criativos: a bicicleta. Apesar de não haver consenso, a invenção desse meio de transporte sobre duas rodas é atribuída a ele.

Incialmente, o veículo se chamava celerífero. Era feito de madeira, com duas rodas interligadas por uma viga e um su­porte para apoiar as mãos. Com o guidão, o condutor con­seguia fazer curvas e manter o equilíbrio em movimento. Um freio rudimentar completava a obra. A nova invenção foi apresentada para o público em abril de 1818, no Parque de Luxemburgo, em Paris. Alguns meses depois, Von Drais fez o trajeto de cerca de 300 quilômetros entre Beaune e Dijon, na França. De forma que essa pode ser considerada a viagem inaugural sobre duas rodas.

Apesar de o barão ter ido à falência (dizem que ele era péssimo negociante, o que parece ser verdade), o celerífe­ro não parou de evoluir, mudou seu nome para bicicleta e com tempo ganhou adeptos entre quem buscava diversão e também entre as pessoas que precisavam fazer deslocamen­tos maiores – não apenas dentro dos limites urbanos, mas entre cidades. No entanto, antigamente as viagens de bike eram realizadas mais por necessidade do que exatamente por puro prazer, afinal, fazer um percurso longo era algo complicado, não havia tantas facilidades de comunicação nem de orientação, transformando os roteiros longos em verdadeiras aventuras, repletas de sobressaltos e perigos.

Anos e anos – e muitas pedaladas depois –, os avanços tecnológicos deram impulso às viagens de bicicleta como forma de lazer, modalidade que começou a ser bastante ampliada no final da década de 80, com as primeiras ope­radoras oferecendo roteiros especialmente planejados para ser feitos sobre o selim. O curioso é que esse movimento aconteceu de forma espontânea: antes de pensar em montar um negócio, alguns amantes do ciclismo se aventuravam por belas e inovadoras trilhas e, durante o percurso, foram conhecendo simpáticas pessoas que ofereciam refeição e até pouso. Logo passaram a compartilhar essas experiên­cias com os amigos, depois dividiram a experiência com grupos de amigos dos amigos e… assim surgiram, aqui e ali, as primeiras viagens de bike organizadas por empresas especializadas.

EXPERIÊNCIA PARA AGUÇAR OS SENTIDOS

Experimentar o vento batendo de leve no rosto, perce­ber os sutis jogos de luzes e sombras que variam segundo a segundo durante o percurso, ouvir os diferentes sons de cada trecho da trilha, sentir a variedade de aromas e, so­bretudo, seguir sem pressa, apenas curtindo cada cena… Viajar de bicicleta é, sobretudo, uma experiência sensorial… E, se somarmos isso ao prazer de conhecer lugares, pessoas e culturas distintas, é fácil entender por que, ano após ano, cada vez mais pessoas sentem-se motivadas a conhecer o mundo pedalando.

Fora as boas sensações, o que tem ajudado a aumentar o número de pessoas em busca de roteiros para serem feitos de bicicleta é o fato de que hoje há uma grande variedade de destinos criados por empresas para quem deseja ter essa experiência – desde viagens que podem ser realizadas de modo independente, com ou sem guias, até aquelas que dão suporte total e ainda oferecem algumas surpresas ao longo da jornada.

Dentre as muitas operadoras que têm programas para viagens de bike, duas se destacam: a DuVine Cycling + Ad­venture Co., que é especializada e oferece roteiros incríveis, com superguias que são uma espécie de anfitriões, excelen­tes opções gastronômicas, suporte de van para atender a qualquer uma de suas necessidades, hotéis muito charmosos e refeições preparadas com esmero em casas de moradores locais que recebem os viajantes com carinho, além de mui­tas outras comodidades; e a Auroraeco Viagens, com uma longa experiência nesse segmento.

“A inspiração para criar minha empresa nasceu em Bor­gonha (região da França famosa por produzir excelentes vi­nhos), em 1996, enquanto percorria de bicicleta o caminho entre Gevery Chambertin e Beaune, admirando vinhedos dos dois lados”, lembra Andy Levine, ciclista apaixonado e fundador da DuVine, que este ano celebra 20 anos.

No Brasil, desde 1999 a Auroraeco Viagens se tornou operadora pioneira em viagens de bicicleta, com roteiros no país e, em seguida, ampliados para Argentina, Uruguai e Chile. A mesma paixão por esse estilo de viagem fez com que os caminhos da DuVine e da Auroraeco se cruzassem e que as duas se tornassem parceiras, passando a oferecer os melhores e mais variados destinos para quem deseja sentir a emoção de desvendar o mundo em uma bicicleta.

Desde então, a iniciativa vem se aprimorando e com isso ganhando mais adeptos a esse estilo de viajar. Atualmente, é impossível – mesmo para quem não é lá muito esportista – não se entusiasmar e, logo após experimentar um roteiro de bike, não se apaixonar por essa experiência. Até por­que, existe uma viagem diferente para cada nível de ciclista, combinada ao gosto e à personalidade de cada viajante.

*Texto originalmente publicado na edição 59 da revista Host & Travel. Para ler matérias similares, torne-se assinante da revista sem custo algum.

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