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Os vinhedos aos pés dos Andes em Mendoza

Os vinhedos aos pés dos Andes em Mendoza

Casarões, fazendas e vinhedos que, em sua maioria, tem bodegas construídas com projetos arquitetônicos ultramodernos, fazem parte do belíssimo cenário de Mendoza, região argentina situada aos pés da imponente Cordilheira dos Andes. Para inaugurar essa deliciosa viagem enogastronômica, antes mesmo de dar as primeiras pedaladas, você vai ser recebido com um jantar no 1884, restaurante já apontado como o melhor de Mendoza pelas principais publicações de viagens de todo o mundo – entre elas, o Departures e o The New York Times.

No comando da cozinha esta o chef argentino Francis Mallmann, que prepara pratos de inspiração local, cozidos sobre sete fogos (estilo que originou o apelido de mestre dos fogos para o chef). De lá saltam pratos memoráveis, como o lechon (leitão), o chivito (cabrito) e o frango preparado em um enorme fogão a lenha ao ar livre. Mas prepare-se, pois esse é apenas o aperitivo dessa viagem perfeita para os amantes do vinho.

No dia seguinte, você vai começar seu passeio de bicicleta por entre os vinhedos de Lujan de Cuyo, com direito a pausa para visitar a Bodega Catena Zapata, tida como uma das melhores da região de Mendoza. No trajeto de 28 km de asfalto e terra, você vai ter tempo de sobra para observar a paisagem, que mistura seu céu, quase sempre azul, com pinceladas de verdes e de brancos, cores dos picos dos Andes. Durante o percurso, há paradas estratégicas para degustar os melhores vinhos da região e para saborear o inesquecível almoço da Bodega Ruca Malen.

Outro passeio impossível de ser esquecido é o roteiro de bike que você irá fazer no Parque General San Matin, uma das áreas verdes mais importantes de toda a Argentina. Inaugurado em 1896, o parque de 400 hectares, abriga aves, felinos e espécies dos Andes, como lhamas, vicunhas e alpacas. Logo depois de saborear o almoço no charmoso Bistrô M, dentro do Hotel Park Hyatt, você terá o resto da tarde livre para flanar pela cidade de San Matin, considerada, com toda razão, a mais bonita da Patagônia Argentina, rodeada por montanhas, bosques, lagos, casas de pedra e madeira. Também aproveite esse tempo livre para conhecer (e até fazer umas comprinhas) nas lojas de couro e de vinho.

Quando a noite cair, escolha um dos ótimos restaurantes que a cidade oferece. Você pode pedir indicação ao guia ou simplesmente desbravar a gastronomia local por conta. Uma boa sugestão é o La Tasca, cuja especialidade e a truta salmonada com molhos diferentes, como o de manteiga negra e o tradicional, de amêndoas.

Vale do Uco

O quarto dia da viagem começa com o traslado à pitoresca cidade de Tupungato (que, na língua indígena Huarpe, significa “janela de estrelas”). Localizada no Vale do Uco, na fronteira do Chile com a província argentina de Mendoza, seu entorno é famoso por produzir as melhores uvas da região, embora essa seja uma área relativamente nova, com vinícolas construídas nas duas últimas décadas. Seus terrenos encontram-se entre 1.200 e 1.500 metros acima do nível do mar, uma altitude muito mais elevada que as outras regiões produtoras de Mendoza, essa influência explica a qualidade das uvas geradas ali.

Durante o passeio de bicicleta você vai conhecer o corredor produtivo, onde frutas como ameixas, maçãs e pêssegos são cultivadas por quilômetros e quilômetros (aproveite para provar uma, direto da árvore). À noite, a recompensa é um típico churrasco argentino, entre vinhedos a vista esplendorosa da região.

Espaço para a arte

Na manhã seguinte, você vai continuar explorando o Vale do Uco, rumando em direção ao centro cultural Killka, espaço da vinícola Salentein totalmente dedicado às artes e aos vinhos. A arquitetura ultramoderna, assinada pelo escritório Bormida & Yanzon, com os Andes como pano de fundo, abriga um acervo de pinturas que inclui trabalhos de artistas nacionais, como Carlos Alonso, Alfredo Prior, Fernando Masa e Marcia Schvartz e uma coleção de pintores holandeses dos séculos 19 e 20, como Elias Peter Van Bommel, Franciscus Spohler e Arnold Marc Gorter.

No pátio das esculturas, há peças gigantes de Marta Minujin, Jorge Gamarra, Baston Diaz e Fausto Caner, entre outros. Depois dessa visita, você vai pedalar até a Bodega Andeluna, para visitar a vinícola e saborear um almoço enogastronômico de seis passos, o pastel de papas (bolo de batata), filé com chimichurri (molho típico argentino) e figos – colhidos no local – acompanhado de queijo de cabra e molho de pêra. Tudo muito bem acompanhado pelos vinhos da casa.

Antes de descansar na bela Pousada Salentein, você ira participar de uma degustação aromática de vinhos, uma despedida, em grande estilo, dessa viagem criada com exclusividade pela Auroraeco Viagens.

*Texto originalmente publicado na edição 57 da revista Host & Travel. Para ler matérias similares, torne-se assinante da revista sem custo algum.

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