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Amyr Klink: entre os pólos, o céu e o mar

Amyr Klink: entre os pólos, o céu e o mar

Se existe alguém que durante a vida colecionou boas histórias para contar, essa pessoa é o escritor e velejador Amyr Klink. Para a nossa sorte, ele adora o posto de contador de causos e tem um talento nato para o ofício. Prova disso são seus livros publicados e os números de vendagem dos mesmos. No Navegar é Preciso 2015 a sua palestra foi uma das favoritas dos passageiros. Suas histórias de coincidências improváveis, para não dizer impossíveis, causaram tantas risadas como os relatos de seus desajeitos.

Nascido em 25 de setembro de 1955 na cidade de São Paulo, Amyr é o primogênito dos 4 filhos de Jamil Klink e Asa Frieberg Klink. Foi aos 10 anos de idade, em Paraty, que ele comprou sua primeira canoa, Max. Hoje, Amyr tem uma extensa coleção que já ultrapassa 30 embarcações.

Assim que ele terminou a construção do seu primeiro barco, em 1983, Amyr fez uma viagem solitária pelo Atlântico Sul. Essa jornada de 3.700 milhas e 100 dias , que terminou em 18 de setembro de 1984, na Bahia, é retratada em seu best seller Cem Dias entre o Céu e o Mar.

Posteriormente, Amyr foi realizando outras longas viagens que o inspiraram a escrever novos livros. Conheça-os agora:

Linha D’Água (2006)

‘Como você consegue se adaptar depois de tantos meses no mar?’. Em seu novo relato sobre barcos e viagens, Amyr Klink confessa não conseguir deixar de se espantar com essa pergunta típica de desmiolados que imaginam haver no mar tempo sobrando para fazer filosofia. E basta singrar as páginas de suas novas memórias afetivas para partilhar do espanto de um autor cada vez mais direto e incisivo ao discursar sobre suas paixões. A história em torno da qual giram as várias outras histórias deste livro é a da construção, lançamento e navegação do Paratii 2, ‘um barco simples como canoa e cargueiro como navio’. O leitor acompanha o nascimento do interesse de Amyr pelos barcos, sua paixão pelas canoas de Paraty, as leituras desfrutadas no sótão e as histórias recolhidas pelo mar. Testemunha também as pesquisas, os testes e as viagens empreendidas para realizar o sonho de um barco capaz de passar anos inteiros nas terras geladas da Antártica e levar na tripulação crianças e suas fantasias infantis.

Mar Sem Fim (2000)

Este livro descreve a viagem que começou em 31 de outubro de 1998, Dia das Bruxas, e durou cinco meses. Nela, ele deu a volta ao mundo mais curta, mais rápida e mais difícil que poderia ser feita, circunavegando a Antártica: muitas vezes tentada, mas nunca conseguida antes. Foi conviva das estrelas, cruzou neblinas, nevascas e geleiras e desafio mares temperamentais. Não lhe faltou a companhia de uma monumental baleia cachalote nem a de ventos fortes e vagalhões que sacolejaram a casca de noz em que se abrigou, como se fosse o ventre de Deus, até num réveillon longe da mulher Marina e das filhas. De fato, como no samba de Paulinho da Viola, não foi Amyr Klink quem navegou na Antártica, mas foi o oceano que invadiu a praia de sua existência. Nada do que tiver contemplado nas breves paradas na Geórgia do Sul, na baía Dorian ou Na Estação Antártica Comandante Ferraz, ou do que possa ter restado de exótico na ilha de Bouvetoya, a mais isolada do planeta, será suficientemente inédito para ter impressionado o argonauto, muito mais ilhado ele mesmo do que aquele território distante, ignoto e inóspito. Por mais surpreendente por sua exuberante beleza que possam ser a flora e a fauna marinhas, que o navegante encontrou protegidas da loucura furiosa da humanidade predadora de pés firmes no chão, nada terá superado a graça que ele achou nos porões da própria alma, ao atravessar com destemor, mas respeito, as fronteiras da vida. Quem concorde com o endereço do inferno (que ‘são os outros’, segundo Sartre) está convidado a visitar o céu que cada um contém em si mesmo e que Amyr Klink se dispôs a nos revelar em mais este relato fascinante de seu caso de amor com o mar. A saga desse jovem brasileiro transporta a mitologia grega para nossos dias, nos induzindo a crer com sua viagem que o fardo de viver pode ser mais leve, intrépido e digno de ser carregado.

Cem Dias Entre Ceu e Mar (1995)

‘Cem Dias Entre Céu e Mar’, é o relato de Amyr Klink de sua travessia do oceano Atlântico a bordo da ‘lâmpada flutuante’ (o apelido que ele deu a seu minúsculo barco à remo), é bem mais o registro de uma façanha esportiva. Uma intensa poesia atravessa todo esse livro: nas conversas com os objetos a bordo e com os dourados e tubarões que lhe fazem companhia, na esplendida visão de uma baleia que surge sob o barco no meio da noite; ou ainda na forma como procura enxergar o tempo, na numeração do cardápio, nas páginas do diário, nos fins de semana, nas dobras da carta, onde ia anotando pacientemente dia-a-dia as agruras e alegrias da viagem. Ao lado da qualidade épica com o meio natural aprendida no convívio com a cultura caiçara do nosso litoral, aliada em seus projetos ao que existe de mais avançado no mundo da tecnologia. E é bem essa mistura de valores tradicionais e ousadia, que sustenta este navegador em seus difíceis desafios.

As Janelas do Parati (1993)

Com mais de uma centena de fotos, mapas e textos, ‘As Janelas do Paratii’ mostram os principais acontecimentos vividos por Amyr Klink na extraordinária viagem que relatou em Paratii – Entre dois pólos.
Esta não foi apenas uma viagem pelas insólitas paisagens da Antártica, do oceano Atlântico e do Ártico, mas uma viagem através do próprio tempo e das possibilidades inesgotáveis da vontade humana.

Paratii – Entre Dois Polos (1992)

Amyr Klink é sempre surpreendente. Depois de cruzar o Atlântico em um minúsculo barco a remo – travessia relatada em Cem dias entre céu e mar -, lançou-se em outro projeto assombroso: passar um ano inteiro na Antártica, dos qais seis meses imobilizados no gelo, em companhia apenas de pingüins e leões-marinhos. Para realizar esse sonho, no final de 1989 partiu no veleiro Paratii para uma viagem que iria durar 22 meses. Navegando solitário por mais de 50 mil quilômetros, alcançou não apenas o continente gelado do Sul, mas também as geleiras do pólo Norte. E trouxe na bagagem dois punhados de pedrinhas, um da Antártica e outro do Ártico: símbolos da misteriosa matéria de que são feitos os mais belos e ousados sonhos.

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