Peru: uma viagem pelo tempo

“Fazia já algum tempo duas amigas queridas e de longa data vinham insistindo comigo para conhecer o Peru, mas eu resistia. Um dia fomos conversar com a Barbara, consultora de viagens da Auroraeco, e acabei dizendo sim. Embarcamos as três, eu e minhas amigas Leila e Tina, rumo a Lima. Eu ainda tinha algumas dúvidas, mas foi uma maravilhosa surpresa, boa parte dela proporcionada pela equipe da Auroraeco Viagens, que nos acompanhou o tempo todo e não descuidou de nenhum detalhe.

Pousamos em Lima, cidade simpática e limpa, com uma orla que está sendo toda urbanizada, emoldurada por escarpas e muito verde dando para o Oceano Pacífico. Ficamos no Casa Andina Private, hotel bom e bem localizado, no bairro Miraflores, lugar gostoso para compras, com jardins floridos, parques à beira-mar, excelentes restaurantes, ceviches maravilhosos e bares que lotam à noite. A parte mais histórica da cidade também vale a visita, sobretudo os arredores da Plaza Maior, ou Praça das Armas, marco da fundação da cidade pelos espanhóis, onde fica a catedral construída em 1625 e o Parque das Aguas Mágicas, cujas fontes, segundo nos disseram, são as maiores e mais sofisticadas do mundo!

peruanos

De Lima, fomos para Cusco, onde também nos hospedamos num hotel da rede Casa Andina Private, instalado num prédio antigo, de 1599, e perto de tudo. A Praça das Armas de Cusco e suas igrejas ricamente decoradas são inesquecíveis, assim como a Igreja e o Convento de San Domingo, conhecidos como Koricancha, construídos pelos espanhóis em 1534, sobre um antigo templo inca, dedicado ao deus Sol.

Passamos um dia em Cusco, percorrendo as ruas de pedra e os mercados coloridos e nos despedimos desse lado mais “espanhol” da viagem rumo ao Vale Sagrado, onde estão as principais e mais impressionantes ruínas incas do Peru. Eu não fazia a menor ideia do que iria encontrar! Logo de cara, o caminho ao longo de um rio, que muda de nome várias vezes e fertiliza as terras dessa região, surpreende. Os habitantes locais plantam ali inúmeras espécies de batata e milho de várias cores e tamanhos.

A primeira parada foi em Ollantaytambo, obra-prima da arquitetura inca construída em meados do século 15 para ser residência do imperador Pachacuti e das famílias nobres da época. A cidade foi abandonada depois que os espanhóis tomaram o poder, mas ali parece que o tempo parou no auge do Império Inca. Todas as construções impressionam – as ruas, as praças imensas, os prédios, os terraços que lembram degraus de uma gigantesca pirâmide. E só uma palavra serve para descrever os monólitos do Templo do Sol: monumental!

Cansadas, fomos dormir uma noite de rainhas no Hotel Sol y Luna, lodge em meio às montanhas, rodeado de inacreditáveis jardins cheios de flores. No dia seguinte, partimos em busca das salinas de Maras e dos terraços de Moray. Voltamos para Cusco e pegamos o trem que nos levaria em direção a Machu Picchu e que, ao contrário do que eu tinha imaginado, era muito confortável. A viagem dura umas 4 horas, mas o tempo passa rápido, tão linda é a vista do vale do Rio Urubamba.

machupicchu

O ponto final da via férrea é Aguas Calientes, que fica a menos de 1 quilômetro de Machu Picchu e é famosa por suas águas sulfurosas que, segundo disseram, fazem bem para a saúde. Lá nos hospedamos no El Mapi, na rua principal da cidadezinha, que só tem 3 mil pessoas. Das janelas, víamos as montanhas envoltas na neblina, típicas das chamadas “florestas das nuvens”, ou florestas de altitude, como as que envolvem Machu Picchu.

Saímos para a cidade perdida dos incas num ônibus. A subida é lenta e o espetáculo da chegada é emocionante. Lá em cima, é difícil não sentir certa reverência diante da grandiosidade das montanhas e das construções sinuosas, meio escondidas pela mata. Não acreditava que nós três estávamos
num lugar mágico como aquele.

Voltamos a Cusco, onde pegamos um avião para Juliaca, cidade próxima a Puno, à beira do Lago Titicaca. Pensamos que não poderia haver nada mais incrível para ver, mas ficamos sem fôlego diante daquele lago enorme com 8 mil quilômetros de extensão, a 3.800 metros de altitude. Vimos as estranhas e pitorescas ilhas flutuantes, tradição milenar dos uros, povo inca que vive ainda hoje nessas construções de junco no meio do lago, e fomos conhecer Taquile, outra ilha, também no centro do Titicaca, cujo ponto mais alto está a mais de 4 mil metros de altura.

A subida cansa, mas quando chegamos ao topo a vista compensou todo o esforço. De lá de cima, o imenso lago turquesa parecia um mar, rodeado de montanhas com os picos cobertos de neve. A experiência em Taquile incluiu até uma participação inesperada na vida dos moradores: acabamos no meio de uma festa de casamento na pracinha da ilha, encarapitada no alto da montanha! Neste momento, só me resta uma dúvida, entre as tantas
recordações saborosas que me sobraram: para onde vai ser a próxima viagem?”

*Texto originalmente publicado na edição 56 da revista Host & Travel. Para ler matérias similares, torne-se assinante da revista sem custo algum.

Pin It

POSTS RELACIONADOS

INSTAGRAM
Visite nosso Instagram