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Inhotim: a natureza viva e a arte mais ainda

Inhotim: a natureza viva e a arte mais ainda

Uma das dádivas do Brasil é o seu excesso de atrativos turísticos. O país é muito conhecido e valorizado por seus destinos litorâneos de tirar o fôlego, mas há tesouros localizados menos às vistas que merece uma visita demorada. Em Minas Gerias, por exemplo, encontramos o Instituto de Arte Contemporânea Inhotim, na cidade de Brumadinho. A área de visitação de Inhotim se estende por pouco mais de 90 hectares e compreende jardins, galerias de arte e cinco lagos ornamentais de um verde claro intenso quase inacreditável.

No último domingo de julho tive a oportunidade de conhecer esse lugar maravilhoso. A visita feita de modo acelerado se alongou por todo o horário de funcionamento do dia, das 9h30 às 17h30, já que havia muito para ver. Ao cair do sol, depois de muita caminhada e muitos traslados feitos em carrinhos de golf – que ajudam a otimizar o aproveitamento do dia por um custo de 25 reais por pessoa – alcancei meu objetivo: passar por todas as galerias e obras expostas ao ar livre do Instituto.

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O artista Chris Burden recriou em Inhotim uma obra originalmente realizada em 1984 no Art Park, no estado de Nova york.

Pensando bem, dizer que apenas passei pela arte ali exposta é uma mentira. Inhotim não permite uma visita assim tão fugaz. É preciso entregar-se a cada instalação que recheia as galerias e pontua o horizonte de um azul claro sorridente tipicamente mineiro. Diferente de outras expressões artísticas, de linguagem mais denotativa, a arte contemporânea exige do expectador participação ativa. Sua mensagem, se é que existe uma, é muito mais abstrata, emocional e intuitiva, do que rigidamente intelectual.

Em cada uma das 23 galerias ou instalações o grande objetivo é sentir – sentir o que a arte causa dentro de você; sentir a influência do lugar; sentir-se. Em Inhotim é fácil entender a seguinte premissa: a arte em geral não apresenta respostas, ela apenas o chacoalha para que as dúvidas possam surgir. É com muita beleza, com contrastes e até com absurdos, que a arte contemporânea atua abrindo caminhos na sua mente, para que então você possa tomar os passos que culminem no amanhã.

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True Rouge, de Tunga, foi a primeira obra de Inhotim antes mesmo da inauguração do instituto, em 2002. Já pertencia à coleção de Bernardo Paz, dono do empreendimento no interior de Minas Gerais.

Para a sorte de quem se apaixona pelo lugar, grande parte do acervo de Inhotim é renovado periodicamente, assim, a novidade é uma certeza e as múltiplas visitas são uma possibilidade bastante atraente. Embora eu tenha concretizado a façanha de conhecer tudo ali em um dia, recomendo que a ia à Inhotim seja dividia em pelo menos dois dias. Há muita caminhada envolvida na visitação das diversas obras e espaços botânicos e, além disso, respiros contemplativos combinam bem com o destino.

No quesito estadia, a melhor opção é se instalar em uma pousada local, em Brumadinho, ainda que elas contem com um charme mais simples que os hotéis de Belo Horizonte. No final das contas, os traslados rápidos fazem toda a diferença. Entre Inhotim e Belo Horizonte há um hiato de cerca de uma hora. Pode parecer pouco para quem está acostumado com o trânsito das grandes capitais, mas depois de um dia de experiências intensas e muito bate perna, uma hora pode pesar mais do que o espera sobre um corpo cansado.

Com essa vivência em mente, a Auroraeco oferece um roteiro que conta com dois dias de visitação a Inhotim e duas sugestões de boas acomodações em Brumadinho. E se essas palavras não forem o suficiente para convencê-lo, confira abaixo algumas fotos da minha visita ao instituto.

(Texto e fotografias de Mariana Lima, Coordenadora de Produtos e Marketing da Auroraeco.)

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Nesta galeria a arte de Janet Cardiff se apresenta em audio. Cercar-se de som é algo realmente tocante.

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Obra de Luiz Zerbini, parte da série amor lugar comum.

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Rodoviária de Brumadinho, de John Ahearn e Rigoberto Torres.

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O Restaurante Tamboril conta com três rótulos de cervejas artesanais feitas exclusivamente para Inhotim. Esta, na foto, tinha como surpresa a tangerina.

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Claudia Andujar registou os Yanomami de um modo muito íntimo e profundo. Visitar essa galeria é uma experiência intensa.

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Os mais atentos poderão identificar em meio às árvores diversos animais, como esquilos e pequenos macacos.

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